terça-feira, 23 de agosto de 2011

RELACIONAMENTO

             Quando eu era mais novo, o mundo era bem menor, e, havia a necessidade de me relacionar bem com aqueles que me cercavam, com os colegas da rua, da escola e com minha família. Eu tinha que descobrir, ainda que intuitivamente, o que nos aproximaria. Porque caso contrário estaria condenado à solidão. Então, brigávamos por causa de uma bola e cinco minutos depois estávamos brincando de pega-pega, eliminávamos o que nos atrapalhava no momento. O desejo de brincar, nos alegrar, gastar nossa energia, era maior do que o problema. Nas palavras de Antoine de Saint-Exupery, autor de O Pequeno Príncipe, eles eram os três vulcões e uma rosa, que existiam em meu pequeno planeta, e um dos vulcões ainda poderia explodir a qualquer momento, ainda assim tinha que cuidar deles.
             Éramos amigos, e como tal não tínhamos a necessidade de mascaras, éramos nós mesmos, ainda que em um momento nos desagradássemos, no outro estava tudo perdoado sem a necessidade de palavras ou explicações. Sem declarações, curtíamos estar juntos, éramos comuns, reconhecíamos as semelhanças das necessidades, instintivamente.
                Hoje, caso alguém não goste do mesmo que nós encontramos na internet dez pessoas que gostem, e passamos a acreditar que temos afinidade a estas. Na verdade até temos, mas superficialmente. Descartamos os que se diferenciam de nós, como quem se desfaz de uma roupa só porque engordou um pouco, nos esquecendo que podemos perdê-los novamente. A afinidade deve ser desenvolvida e buscada no momento do conflito. Pois não é apenas gostar do mesmo, mas conformidade e semelhança em tudo que se faz.
     Não sou contra as redes de relacionamento, mesmo porque participo de algumas, mas sou contra a substituição do tato, da pessoalidade, por uma conversa virtual. Acredito que as redes sejam uma extensão do relacionamento construído, nunca o relacionamento em si. Quero alguém com quem chorar com quem rir, a quem fazer chorar de rir. É mais proveitoso e profundo eu descobrir por que aquele a quem tenho acesso não gosta dos meus assuntos, e então buscar coisas que nos sejam convergentes.
     Isso é relacionar-se, é encontrar o ponto, aquilo que nos cria vínculos. Deixar o que não me satisfaz de lado e encontrar, na pessoa, o elo.
     O mundo tem se tornado maior e mais raso. Nossos relacionamentos são rasos, nossas conversas são rasas, por quê? Pelo simples fato de serem construídos na casca, na pele, no gosto, naquilo que eu acho, e por não conseguirem atravessar a fronteira da matéria e penetrar a alma.
          Somente quando a amizade ultrapassar os limites da superficialidade dos gostos e chegar às necessidades da alma é que teremos verdadeiros amigos. Por que os amaremos como a nós mesmos. Buscaremos sermos fiéis a estes como queremos que sejam fieis a nós.
               Isto é afinidade, é quando eu percebo que as nossas semelhanças nos unem nas diferenças, mas isso exige desprendimento, exige tempo e vontade de nossa parte, exige encontro de almas. Ou, então, fiquemos nas teclas, chorando e rindo sozinhos.
                Meu conselho é, não busque amigos na Internet, tenha amigos que estão na Internet. Isso será mais proveitoso a você e até te livrará de alguns possíveis perigos. E sempre que possível se encontrem e revivam os momentos passados, reafirmando os votos de fidelidade ao Relacionamento.
Luciano Spilborghs



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Orem!


EXTRAÍDO
"Dediquem-se à oração, estejam alertas e sejam agradecidos."
Colossenses 4.2

Essa frase que foi dita à Igreja de Colosso pode e deve ser aplicada à nossa vida também. São três conselhos sábios para que estejamos constantemente ligados ao Senhor. Nesta segunda-feira, dia 1º agosto, teve início o Ramadã, mês especial de jejum para os muçulmanos. Nesse período, eles se dedicam a orar, jejuar e ajudar os pobres, de modo a edificar sua vida espiritual e se consagrarem. Nós, da Portas Abertas, queremos convidar você a também fazer um tempo especial de oração pelo Mundo Muçulmano. Ore para que os muçulmanos conheçam a Cristo em suas orações. Interceda para que os cristãos secretos tenham oportunidade e ousadia de compartilhar sua fé com o seu povo. Esteja alerta aos acontecimentos e, desde já, agradeça ao Senhor pelos milagres que Ele irá realizar. 
Missão Portas Abertas-Deborah Stafussi


Muito interessante esta visão da Portas Abertas, e acredito ser importante compartilhar, pois eles não dizem orem contra, barrem, etc, mas orem ao mesmo tempo, para que nesse tempo de oração seus olhos sejam abertos, e a verdade revelada.


Luciano Spilborghs

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Descendo para a Morte

A morte de Cristo é o término da nossa velha vida. O que foi colocado sobre o Senhor Jesus?
Nossos pecados? Sim! E nós também. Nós mesmos fomos colocados sobre Cristo quando Ele morreu na cruz. É ali que a morte acontece. Ali a grande transação foi realizada, ali esta morte- perdão foi obtida, ali esta morte-libertação da nossa velha vida foi assegurada.
Mas você pode dizer: "É de uma vez por todas?" Bem, aos olhos de Deus,Ele morreu de uma vez por todas e, aos olhos de Deus, você morreu com Cristo de uma vez por todas. Mas do poder, da eficácia daquela morte, você precisa se apropriar e aplicá-la continuamente para que você seja continuamente libertado.
"Levando sempre no corpo o colocar na morte do Senhor Jesus."
Essa é a essência da cruz, não um Cristo morto, mas o colocar-se na morte - aquilo que aconteceu Nele quando Ele morreu, não apenas pelo pecado, mas para o pecado. É preciso a aplicação incessante disto à alma: descer para dentro da sua morte, ser conformado à Sua morte.
E o que acontece a seguir? A vida brota espontaneamente.
"Para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal..."
Leve Sua morte, desça para dentro da Sua morte, conforme-se a Sua morte, Coma e beba a Sua morte. É isso que termina com a velha vida, a qual é a fonte de todos os problemas, deixe que tudo que pertence ao velho homem seja cortado. E nada a não ser a cruz pode realizar isso.
O afundar-se na morte de Jesus é a fé-ação do crente,e, então, espontânea e inconscientemente a vida ressurreta de Jesus brota em poder suave e silencioso.
Descanse sobre a morte de Cristo na Cruz.

"Suplico-te ó Cristo, Tu, paciente Cordeiro de Deus,conceda-me paciência neste caminho da cruz... Permita-me viver Contigo e em Ti" (oração de Jacob Boheme em 1622)

Texto extraído do livro: A Cruz - O Caminho para o Reino (Lewis, Jessie Penn)