sábado, 24 de dezembro de 2011

Um Presente Para Alguém

Você já comprou seus presentes de Natal? No que pensou quando os comprou?
Eu fiquei pensando muito sobre os presentes de natal, a insatisfação social e os desejos do coração, e, a partir daí, surgiu este texto.
 Todos os anos entro no dilema sobre o que dar de presente para aqueles a quem amo. Temo por aquilo que escolhi não ser o que querem, e muitas vezes realmente não é. Por isso, fico decepcionado comigo e os que recebem os presentes também. O pior é que vejo muitas pessoas se debatendo no mesmo ponto. O que fazer?
Meditando sobre isso, percebi que, NO MEU PONTO DE VISTA, nosso foco ao dar um presente está errado, então, busquei um “norte” sobre o assunto:

“O hábito de trocar presentes no Natal é bem antigo e está ligado à figura de Papai Noel, que tem uma origem curiosa. Seu nome era Nicolau e ele nasceu na cidade de Myra. Tinha o costume de presentear secretamente as três filhas de um homem muito pobre, todo dia 6 de dezembro. A data transferiu-se para o dia 25 e o costume de dar presentes se manteve. Depois, virou bispo e foi canonizado, São Nicolau passou a usar roupas vermelhas, botas, cinto e um chapéu”1.

Curioso é o fato de Nicolau dar presentes para três meninas pobres, as quais, com certeza não poderiam retribuir, o que nos leva a pensar o por quê de ficarmos chateados por darmos presentes mais caros dos que o que recebemos.

Mas, ao verificarmos a História, o hábito de dar presente se remete a um lugar e tempo mais longínquos e mostra um foco mais específico.

Mateus nos narra o seguinte “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra. (Mt 2:11)

Interessante o motivo da entrega do presente (Dádiva) – aquilo que é entregue gratuitamente, sem interesse -, por que mostra mais uma vez que não esperavam retorno, mas apenas O adorar. Peço licença aos pais da Igreja que denotavam os presentes como representando a divindade, sua pureza e morte de Jesus, para verificar alguns outros aspectos, pois estas representações estão claras, já que vieram para adorar ao Divino. Os presentes, AO MEU VER, são extremamente interessantes para nos iluminar a questão do dar:


Ouro: A Palavra nos diz que, nós e nossas obras, devemos ser provados como o ouro para que sejamos aprovados edificando da forma correta (1Co.3.12-15), ou seja, precisamos presentear nossas vidas e ações como ouro, para que ao passarem pelas dificuldades do dia a dia aqueles que forem por nós presenteados sejam edificados sobre O Verdadeiro Fundamento ao verem que permanecemos e que não foram apenas palavras ao vento nossas ações.

Incenso: O incenso simboliza a oração, o relacionamento, com Aquele que estava a sua frente (Salmos 141:2, Apocalipse 5:8), então possivelmente, este presente dizia: Quero me envolver com você, quero me relacionar contigo. Ao presentear alguém não permitamos que, simplesmente, o presente ou O presente saía de nossa mão para a outra, mas se envolva com a vida de seu presenteado, se doe em seu relacionamento.

Mirra: Esta é uma erva amarga, muitas vezes usada como medicamento e para o embalsamamento de corpos após a morte, portanto presentear alguém é mostramos que haverão momentos amargos na nossa trajetória, mas o presenteado é tão importante para nós que passaremos juntos por este momento, até a morte, servindo-lhe de bálsamo.

Presentear alguém, nesta época em que tudo gira ao redor do Filho de Deus que nasceu para nos libertar e morreu para que vivêssemos, só terá validade, PARA MIM, se observar estes passos:

1 – É muito mais que dar, é não esperar retorno, aquele bebê não poderia nem agradecer, pois era: Um bebê;
2 – Tem que envolver nossas atitudes, e alicerces corretos, ser mais do que simplesmente entregar um embrulho, caixa, etc.;
3 – Deve buscar um relacionamento, um envolvimento de almas, uma declaração de quanto a pessoa é importante para nós, e, que aquele presente representa, não o que ela merece, mas o que ela é para nós;
4 – E ainda, mostrar que você esta disposto a dar ouvidos aquela pessoa, a corrigir seus passos superarmos o amargor do trajeto e caminharem juntos para sempre.

Pensando nisso se tornará mais fácil dar um presente, porque você não pensará simplesmente no que a pessoa gostaria de ganhar, pois você pode se enganar. E sim, no que a pessoa é para você, e, todo o seu sentimento será transmitido naquele simples objeto doado por amor a alguém. Pois, você será o presente.

Amo vocês!


acessado em 22/12/2011



domingo, 30 de outubro de 2011

Resgate nos Escombros

Esta semana, todos vimos a tragédia que aconteceu na província de Van, Turquia. Um terremoto 7.2 graus na escala Richter, provocou desolação por toda parte, há especulações sobre o descumprimento das Leis de segurança nas edificações, da má qualidade dos materiais de construção, etc. Mas, no meio do caos uma equipe de salvamento resgata, com vida, uma garotinha de 15 dias chamada Azra (Pureza), 48h depois do soterramento.

Uma mulher de 55 anos ao ver todos aqueles acontecimentos declara:

“Eu sou velha e não me preocupo em morrer. Mas o que acontecerá com todas estas crianças? Não morremos pelo terremoto, mas morreremos pelo frio", disse Nihayet.1

Fiz automaticamente um paralelo, e, analisando o estado da Igreja, tão apática; das famílias, destroçadas; dos jovens, sem sonhos. Então, uma voz surgiu dentro de mim, e disse: “Você pode achar ‘Pureza’ nos escombros”.

Se cavarmos, se formos parte da equipe de salvamento desta Terra, ao não nos preocuparmos se morreremos, importando apenas que outros vivam, então, poderemos achar sob os escombros sinais de vida, de esperança, de vontade de viver, luta para continuar e crescer.

Temos que nos esquecer se as Leis da edificação das vidas foram ignoradas ou se os materiais usados foram errados, e buscar o que importa a vida sob o desmoronamento.

No lugar onde não enxergamos nada devemos cavar bem fundo, tirar as pedras, deixar nossas mãos sangrarem pela aridez do terreno, para acharmos o que as pessoas nem imaginam que ainda haja possibilidade de existir. Veja, a criança do fato tinha apenas 15 dias, e, supostamente nem seus pais ainda a conheciam direito. Talvez, as pessoas nem saibam a capacidade escondida em seu interior, nem conheçam o Poder de Deus que em suas vidas habita, para fazê-las algo extraordinário sobre a Terra, para movê-las do lugar comum, da apatia.

Deve então haver em nós o desejo de sermos a equipe de resgate, o socorro, para as famílias, o leito de descanso para que os jovens possam sonhar.

Só assim resgataremos “Pureza” dos escombros.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tributo

Como és linda
Desfilando entre o caos dos Homens
Esbanjando compaixão para com suas dores

Majestosa
Transformando os soberbos em humildes
E conservando os humildes na humildade

Louca e apaixonante
Conduzindo os perdidos à esperança
E acreditando em seu futuro

Quão delicada és
Ao curar as feridas mais abertas
E ao colocar em família os solitários

Tens por nome Sabedoria,
E, Teu sobrenome, Redenção.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

UMA BREVE PALAVRA

Lucas 2.48-49

“E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”

Interessante não? Jesus tem 12 anos. Está a dias longe de seus pais, interrogando e ouvindo os doutores da Lei. E quando sua mãe diz que estava procurando-o ansiosamente, ele simplesmente diz: “Por quê?”

Por que toda esta ansiedade? Por que não vieram direto para cá? Não sabiam que eu tinha que tratar dos negócios do meu Pai? Não era neste lugar que eu deveria estar? Então por que me procuraram em outros lugares?

Comecei a conjeturar as frases acima e, então, percebi que muitas vezes estamos ansiosos por tantas coisas, pelo amanhã, por relacionamentos. E, Jesus, continua no templo, cuidando das coisas do Pai e dizendo: Por que tanta ansiedade?

Só que agora, não naquele templo, neste. Em nós, que somos seus templos (II Co. 6.16). E, Ele, ainda diz que sempre estará conosco (Mt. 28.20b).

É o momento de aprendermos a descansar Nele e encontrar Sua Paz. A qual excede todo o entendimento (Fp. 4.6-7). Como? Confessando e apresentando a Ele tudo o que nos inquieta, tudo o que nos aflige. E, ainda, reconhecendo que Ele nos ouve. Pois esta conosco e em nós. E Sua Paz, não significa que não haverão problemas, mas que passaremos confiantes e esperançosos por eles. Pois esta Paz nos guardará o coração e a mente. Ou seja, aquilo que realmente atravessará a eternidade.

Amigo, não estou falando de utopias ou sonhos distantes, falo daquilo que tenho buscado e experimentado. Hoje, quando me deparei com este texto, mostrei a Jesus tudo o que tem me frustrado e me tornado ansioso, e, no mesmo momento, percebi que Ele me ouvia e tomava para si as minhas preocupações.

Meu desejo com este texto é alegrá-lo, pois há Alguém por você, mais perto e mais íntimo do que você possa imaginar. Alguém, Jesus, a uma palavra de distância e a somente uma decisão de fé de alcançá-Lo.

Amo você!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O que me dá força?


O que me dá força nos momentos difíceis
é saber que estas me esperando em casa
e o ouvir as gargalhadas de nossas crianças
a cada lambida que recebem

O que me dá força quando solidão bate
é encontrar teus braços abertos para me abraçar
e as mãozinhas carinhosas das meninas
alisando meus cabelos

O que me dá força se o desespero tenta se aproximar
é farfalhar de sua voz dizendo a meu coração pra sossegar
e gritos de nossas filhas pedindo uma nova história
só pra ficarmos juntos

O que me dá força nas perseguições
é saber que saber que somos dois,
dois, não, três, espera aí, quatro
errei, somos cinco

Alguns perguntaram: “Mas e Deus?”
Deus, Deus está em você me esperando e nas crianças rindo
no calor de teu braços e nas mãos das meninas percorrendo meus cabelos
é o paz confiante em tua voz e o grito de ânimo de nossas filhas
e o quinto da família, mas na verdade o Primeiro.

Amo todos vocês com a força que ainda me resta
a qual nem é minha, mas de vocês


À Leila, Ester, Judith
Com amor do papai

terça-feira, 23 de agosto de 2011

RELACIONAMENTO

             Quando eu era mais novo, o mundo era bem menor, e, havia a necessidade de me relacionar bem com aqueles que me cercavam, com os colegas da rua, da escola e com minha família. Eu tinha que descobrir, ainda que intuitivamente, o que nos aproximaria. Porque caso contrário estaria condenado à solidão. Então, brigávamos por causa de uma bola e cinco minutos depois estávamos brincando de pega-pega, eliminávamos o que nos atrapalhava no momento. O desejo de brincar, nos alegrar, gastar nossa energia, era maior do que o problema. Nas palavras de Antoine de Saint-Exupery, autor de O Pequeno Príncipe, eles eram os três vulcões e uma rosa, que existiam em meu pequeno planeta, e um dos vulcões ainda poderia explodir a qualquer momento, ainda assim tinha que cuidar deles.
             Éramos amigos, e como tal não tínhamos a necessidade de mascaras, éramos nós mesmos, ainda que em um momento nos desagradássemos, no outro estava tudo perdoado sem a necessidade de palavras ou explicações. Sem declarações, curtíamos estar juntos, éramos comuns, reconhecíamos as semelhanças das necessidades, instintivamente.
                Hoje, caso alguém não goste do mesmo que nós encontramos na internet dez pessoas que gostem, e passamos a acreditar que temos afinidade a estas. Na verdade até temos, mas superficialmente. Descartamos os que se diferenciam de nós, como quem se desfaz de uma roupa só porque engordou um pouco, nos esquecendo que podemos perdê-los novamente. A afinidade deve ser desenvolvida e buscada no momento do conflito. Pois não é apenas gostar do mesmo, mas conformidade e semelhança em tudo que se faz.
     Não sou contra as redes de relacionamento, mesmo porque participo de algumas, mas sou contra a substituição do tato, da pessoalidade, por uma conversa virtual. Acredito que as redes sejam uma extensão do relacionamento construído, nunca o relacionamento em si. Quero alguém com quem chorar com quem rir, a quem fazer chorar de rir. É mais proveitoso e profundo eu descobrir por que aquele a quem tenho acesso não gosta dos meus assuntos, e então buscar coisas que nos sejam convergentes.
     Isso é relacionar-se, é encontrar o ponto, aquilo que nos cria vínculos. Deixar o que não me satisfaz de lado e encontrar, na pessoa, o elo.
     O mundo tem se tornado maior e mais raso. Nossos relacionamentos são rasos, nossas conversas são rasas, por quê? Pelo simples fato de serem construídos na casca, na pele, no gosto, naquilo que eu acho, e por não conseguirem atravessar a fronteira da matéria e penetrar a alma.
          Somente quando a amizade ultrapassar os limites da superficialidade dos gostos e chegar às necessidades da alma é que teremos verdadeiros amigos. Por que os amaremos como a nós mesmos. Buscaremos sermos fiéis a estes como queremos que sejam fieis a nós.
               Isto é afinidade, é quando eu percebo que as nossas semelhanças nos unem nas diferenças, mas isso exige desprendimento, exige tempo e vontade de nossa parte, exige encontro de almas. Ou, então, fiquemos nas teclas, chorando e rindo sozinhos.
                Meu conselho é, não busque amigos na Internet, tenha amigos que estão na Internet. Isso será mais proveitoso a você e até te livrará de alguns possíveis perigos. E sempre que possível se encontrem e revivam os momentos passados, reafirmando os votos de fidelidade ao Relacionamento.
Luciano Spilborghs



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Orem!


EXTRAÍDO
"Dediquem-se à oração, estejam alertas e sejam agradecidos."
Colossenses 4.2

Essa frase que foi dita à Igreja de Colosso pode e deve ser aplicada à nossa vida também. São três conselhos sábios para que estejamos constantemente ligados ao Senhor. Nesta segunda-feira, dia 1º agosto, teve início o Ramadã, mês especial de jejum para os muçulmanos. Nesse período, eles se dedicam a orar, jejuar e ajudar os pobres, de modo a edificar sua vida espiritual e se consagrarem. Nós, da Portas Abertas, queremos convidar você a também fazer um tempo especial de oração pelo Mundo Muçulmano. Ore para que os muçulmanos conheçam a Cristo em suas orações. Interceda para que os cristãos secretos tenham oportunidade e ousadia de compartilhar sua fé com o seu povo. Esteja alerta aos acontecimentos e, desde já, agradeça ao Senhor pelos milagres que Ele irá realizar. 
Missão Portas Abertas-Deborah Stafussi


Muito interessante esta visão da Portas Abertas, e acredito ser importante compartilhar, pois eles não dizem orem contra, barrem, etc, mas orem ao mesmo tempo, para que nesse tempo de oração seus olhos sejam abertos, e a verdade revelada.


Luciano Spilborghs

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Descendo para a Morte

A morte de Cristo é o término da nossa velha vida. O que foi colocado sobre o Senhor Jesus?
Nossos pecados? Sim! E nós também. Nós mesmos fomos colocados sobre Cristo quando Ele morreu na cruz. É ali que a morte acontece. Ali a grande transação foi realizada, ali esta morte- perdão foi obtida, ali esta morte-libertação da nossa velha vida foi assegurada.
Mas você pode dizer: "É de uma vez por todas?" Bem, aos olhos de Deus,Ele morreu de uma vez por todas e, aos olhos de Deus, você morreu com Cristo de uma vez por todas. Mas do poder, da eficácia daquela morte, você precisa se apropriar e aplicá-la continuamente para que você seja continuamente libertado.
"Levando sempre no corpo o colocar na morte do Senhor Jesus."
Essa é a essência da cruz, não um Cristo morto, mas o colocar-se na morte - aquilo que aconteceu Nele quando Ele morreu, não apenas pelo pecado, mas para o pecado. É preciso a aplicação incessante disto à alma: descer para dentro da sua morte, ser conformado à Sua morte.
E o que acontece a seguir? A vida brota espontaneamente.
"Para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal..."
Leve Sua morte, desça para dentro da Sua morte, conforme-se a Sua morte, Coma e beba a Sua morte. É isso que termina com a velha vida, a qual é a fonte de todos os problemas, deixe que tudo que pertence ao velho homem seja cortado. E nada a não ser a cruz pode realizar isso.
O afundar-se na morte de Jesus é a fé-ação do crente,e, então, espontânea e inconscientemente a vida ressurreta de Jesus brota em poder suave e silencioso.
Descanse sobre a morte de Cristo na Cruz.

"Suplico-te ó Cristo, Tu, paciente Cordeiro de Deus,conceda-me paciência neste caminho da cruz... Permita-me viver Contigo e em Ti" (oração de Jacob Boheme em 1622)

Texto extraído do livro: A Cruz - O Caminho para o Reino (Lewis, Jessie Penn)